Pesquisa e Desenvolvimento

HISTÓRIA DA CANNABIS

O uso de substâncias produzidas pela Cannabis para fins terapêuticos não é novidade. Há evidências cientificas de que seres humanos e outros animais já consomem estas plantas há mais de quatro mil anos. Sua origem mais provável é a região meridional da Ásia, próxima ao Tibet, de onde se espalhou para todo o mundo.

Devido à sua rusticidade e grande capacidade de adaptação, essa planta arbustiva era plantada pelos desbravadores próxima às suas habitações. De suas fibras faziam tecidos e cordas. Alimentavam-se do óleo de suas sementes, que também servia de combustível para suas lamparinas, além disso, selecionavam e cruzavam plantas com propriedades diferentes num processo de seleção artificial. Tinham, após algum tempo, uma verdadeira farmácia na horta do quintal.

Quando consumida aliviava náuseas, enjoos, vômitos, cólicas, febre, além de aplacar a fome. Por causa destas propriedades curativas era chamada de “erva santa” no dialeto quibanto, na África. De formato arbustivo, essas angiospermas dicotiledôneas dióicas pertencem ao gênero Cannabis que pode ser subdividido em três espécies: C. sativa, C. indica e C. ruderalis.

PROPRIEDADES DA CANNABIS

As folhas da planta, apesar de exalarem forte odor quando queimadas, não possuem grande quantidade de cannabinoides, mas sim constituem grandes depósitos de terpenoides.

Graças ao esforço de muitos pesquisadores passamos a conhecer bem duas substâncias cannabinoides: o DELTA-9-TETRAHIDROCANNABINOL (THC) e o CANNABIDIOL (CBD). Ambas substâncias são produzidas por plantas que agem no Sistema Endocanabinoide humano restaurando o funcionamento normal de nossas células, afim de restaurar o equilíbrio dinâmico ou “homeostasis”.

PRODUÇÃO

O desafio que se impôs ao longo dos anos foi o de transformar essas substâncias em fármacos. Atualmente, a produção visa um produto final estável, em concentração e titulação constantes de produção replicável. Para tanto, é necessário estrito controle de umidade, temperatura, ventilação, manipulação descontaminada e uso de cultivares selecionados geneticamente em plantações “indoor” mimetizando condições ideais de plantio e produzindo até quatro safras anuais.

As plantas podem ser masculinas e femininas. As masculinas são produtoras de pólen, tem menor porte e vivem menos. Já as plantas femininas tem maior porte, desenvolvimento mais demorado e produzem grandes quantidades de substâncias químicas. Estas ficam armazenadas em estruturas chamadas tricomas glandulares, junto aos cálices florais e às brácteas, na parte externa das flores. A exposição às radiações solares originam reações químicas que determinam a maturação das plantas. Sendo assim, a colheita deve ser feita na fase de floração.

Geralmente cultivam-se plantas femininas não polinizadas, pois crescem mais e produzem maiores quantidades de substâncias cannabinoides. Outras partes da planta produzem também terpenos, terpenoides, ésteres, éteres e cannabinoides em pequenas quantidades. O ciclo natural da Cannabis é solar, anual.

Outra forma de produzir substância cannabinoides é a partir do cânhamo, planta do gênero Cannabis sativa. As lavouras são, geralmente a céu aberto, sem o uso de fertilizantes, herbicidas e pesticidas. No mesmo espaço há plantas masculinas e femininas polinizadas pala ação do vento. Sabe-se que as plantas de cânhamo têm grande poder de absorção de minerais, por isso a escolha do solo livre de metais pesados é de fundamental importância.

Os arbustos de cânhamo tem estrutura rica em fibras curtas e longas, muito resistentes, que são utilizadas na fabricação de tecidos, cordas, materiais de construção, isolantes térmicos e plásticos biodegradáveis. Sua semente é rica em fibras e proteínas podendo ser consumida moída ou para fornecer óleo comestível e combustível. Por ser tão aproveitável, é também chamado de cânhamo industrial.

Produz grandes quantidades de CBD e pouco delta-9-tetrahidrocannabinol THC (<0,3%) e não teve o plantio autorizado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa (onde as autoridades exigem que o THC seja <0,2%). Consiste num sistema de plantio mais artesanal e mais suscetível a gerar substâncias com contaminações ambientais e químicas. Além disso, dependem de fatores naturais incertos, como: insolação, umidade do ar e ventilação gerando um produto final menos estável e praticamente sem THC. ESTUDOS Com os estudos recentes das propriedades farmacológicas dos fitocannabinoides e terpenoides e de suas múltiplas possibilidades de aplicações terapêuticas, principalmente nas doenças crônicas, houve um fenômeno de redescoberta e valorização do uso de cannabis medicinal. Após décadas de uso doméstico, a cannabis foi classificada indevidamente como droga narcótica em 1952, atendendo a interesses econômicos e comerciais. À época os manuais de clínica médica recomendavam o uso de cigarrilhas de cannabis para o tratamento de crianças asmáticas ou portadoras de bronquite crônica, por exemplo. No Brasil, e em muitos outros países, seu uso foi proibido a partir de então. Estes medicamentos permitem a realização de pesquisas clínicas cientificamente confiáveis, seguras e conclusivas. Recentemente, vários estudos realizados tiveram suas conclusões contestadas pela impossibilidade de reproduzir a substância cannabinoide utilizada. Outros estudos vem comprovando que o óleo Full Spectrum (com todos os canabinoides) tem mostrado melhores resultados do que óleos com canabinoides isolados. Esse seria o chamado efeito Entourage, ou comitiva. Podemos citar Cannabinol, Cannabigerol, Cannabivarin, Cannabicromeno, Cannabidivarin como constituintes desta enorme variedade de secreções ainda pouco conhecidas que permitem um numero enorme de combinações. Novos conhecimentos possibilitarão a pesquisa das centenas de outras substâncias presentes na cannabis aperfeiçoando e personalizando os tratamentos. O COMPROMISSO DA NATUSCIENCE Nossas grandes aspirações são: oferecer o melhor medicamento, melhorar a qualidade de vida dos pacientes (e dos que com ele convivem), e permitir ao paciente retomar uma vida produtiva. Todas as etapas da pesquisa canábica estão representadas com experiência e responsabilidade. Da regulamentação à prescrição médica, da importação de fármacos ao plantio, da produção de insumos à condução de ensaios clínicos, toda a cadeia produtiva foi planejada para atender ao mercado com a máxima excelência e respeitando o tempo e os requisitos legais e regulatórios do Brasil.